Mesmo com o processo de demissão dos ex-aliados do Centrão em andamento, o União Brasil, de Antônio Rueda, faz forte pressão nos bastidores para emplacar Wilton Mota na presidência do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Atualmente, a instituição é uma das áreas mais visadas do governo federal pela importância estratégica das informações que armazena e pelo volume de negócios que pode alavancar nos próximos anos.
Atual diretor de Operações do Serpro por indicação do União, Mota está confiante na força dos padrinhos políticos, um deles é a senadora Professora Dorinha (TO). Confiante, ele tem sondado nomes e feito convites para integrar a equipe. O órgão é responsável pelo processamento de dados do governo e teve receita líquida ano passado de R$ 4,1 bilhões, maior que todo o orçamento do Ministério de Turismo.
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Wilton Mota ocupa, atualmente, o cargo de diretor de Operações do Serpro. Ele é geógrafo com especialização em análise e projetos de sistemas pela GFI Consultoria e Treinamento, extensão em redes de computadores pela Universidade de Brasília (UnB), administração de sistema de segurança firewall pela empresa Hewlett-Packard Brasil S/A, dentre outros cursos de especialização voltados para suporte em tecnologia da informação.
O Serpro também está se preparando para implementar a estrutura de suporte da Reforma Tributária, o sistema de soberania digital de dados e os estudos para regulação do uso de inteligência artificial (IA). A instituição foi criada para modernizar a administração pública, gerenciar sistemas importantes, como os da Receita Federal, e desenvolver soluções digitais para aumentar a transparência nos gastos públicos.
Demissões do Centrão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou uma série de indicações do Centrão a cargos de segundo escalão do Executivo. A medida ocorre após derrota do governo na Câmara dos Deputados com a derrubada da Medida Provisória (MP) que substituiria o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoas jurídicas e físicas. Os cortes atingem os aliados do PP, presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI), e do PSD, de Gilberto Kassab, além de nomes do União Brasil e do MDB.
As demissões alcançam cargos na Caixa Econômica Federal; na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf); no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit); além de superintendências no Ministério da Agricultura.
Na semana passada, a Câmara dos Deputados impôs uma derrota ao governo Lula ao deixar perder a validade uma MP que previa o aumento de tributos. O objetivo era elevar a arrecadação para equilibrar as contas públicas no Orçamento de 2026.