O ex-presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais, nesta quarta-feira (2/4), para criticar a condução da política externa do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Em postagem feita horas antes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar um “tarifaço” sobre vários países, Bolsonaro defendeu o líder norte-americano.
“A única resposta razoável à tarifação recíproca dos EUA é o governo Lula extinguir a mentalidade socialista que impõe grandes tarifas aos produtos americanos, inviabilizando o povo brasileiro de ter acesso a produtos de qualidade mais baratos”, escreveu.
– Uma eventual guerra comercial com os EUA não é uma estratégia inteligente e que preserva os interesses do povo brasileiro. A única resposta razoável à tarifação recíproca dos EUA é o governo Lula extinguir a mentalidade socialista que impõe grandes tarifas aos produtos…
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 2, 2025
Em outra publicação, Bolsonaro critica a condução do governo e diz que Lula “não possui canal aberto para defender os interesses do Brasil” e estaria promovendo um processo de desgaste da imagem do país no cenário internacional.
A declaração foi publicada no X (antigo Twitter), onde Bolsonaro resgata um episódio semelhante ocorrido em 2019, durante o mandato dele, quando Trump também sinalizou uma possível sobretaxa ao aço do Brasil. Na ocasião, segundo o ex-presidente, o governo brasileiro agiu com “serenidade e responsabilidade”, sem ceder ao que chamou de “alarmismo da imprensa”. “No dia 2 de dezembro de 2019, o Presidente Trump anunciou a intenção de sobretaxar o aço brasileiro, impondo novas tarifas que poderiam prejudicar nossa economia. Naquele momento, mantivemos a serenidade e agimos com responsabilidade, sem ceder ao alarmismo da imprensa e sem transformar o episódio em uma crise diplomática”, escreveu Bolsonaro.
Ele afirma ter determinado um estudo técnico imediato à assessoria internacional e, poucos dias depois, ter conversado com Trump por telefone, adotando uma postura de cooperação. “Mostramos que um governo que trabalha consegue reverter decisões prejudiciais ao país. O resultado? Apenas 18 dias depois, em 20 de dezembro, Trump se comprometeu a não taxar o nosso aço”, relatou, afirmando que foi “um movimento estratégico que evitou prejuízos ao setor siderúrgico”.
Em tom crítico, ele continuou a postagem dizendo que o presidente Lula, – que hoje enfrenta a mesma situação, – não preserva boas relações internacionais, principalmente com os Estados Unidos. “Hoje, Lula enfrenta a mesma situação, mas sem qualquer canal aberto para defender os interesses do Brasil. Desde que assumiu, ele vem destruindo a credibilidade do Brasil no cenário internacional”.
Ele continua, dizendo que Lula, Janja e seus assessores ofenderam as autoridades americanas, causando um isolamento do país. “Lula não tem diálogo nem com os EUA, nem com a Argentina, nem com outros importantes aliados brasileiros”, diz a postagem. Bolsonaro finaliza o texto, afirmando estar disposto a ajudar o setor siderúrgico. “Se Lula não atrapalhar ainda mais, estou à disposição para receber os produtores de aço e auxiliar no que for possível para reverter essa situação. Teremos dificuldades, pois hoje o Brasil é visto como um país autoritário, inimigo da liberdade de expressão e cúmplice de grupos terroristas, mas farei o que estiver ao meu alcance”.
Nesta quarta-feira, Trump anunciou um “tarifaço” sobre produtos importados de dezenas de países, incluindo até mesmo nações lideradas por aliados dele, como a Argentina e Israel.
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