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A informação sobre o suposto uso do software “espião” consta da representação da PF no âmbito da quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada na semana passada, que investiga a possível utilização da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sob o governo Bolsonaro, para monitorar e espionar diversos políticos, servidores públicos e autoridades.
De acordo com reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, o documento da PF indica que teria havido registros de pesquisas no FirstMile, em uma operação denominada “Adelito” pelos investigados – provável referência a Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado.
Os policiais encontraram 114 pesquisas no software feitas pelo grupo, entre os dias 13 e 27 de abril de 2020.
“As diligências de análise para tentar identificar a motivação para a possível investigação paralela ao caso Adélio e outras circunstâncias que indiquem o desvio institucional estão em andamento”, afirma a PF, no relatório.
Ainda de acordo com informações da PF, há indícios de que a chamada “Abin paralela” teria pesquisado sobre uma suposta ligação – jamais comprovada – entre Adélio Bispo e o ex-deputado federal e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, uma das principais lideranças históricas do PT.
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Segundo o relatório da PF, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, hoje deputado federal e pré-candidato do PL à prefeitura do Rio de Janeiro (RJ), teria determinado ao policial federal Marcelo Bormevet que fizesse uma análise de dados envolvendo o caso Adélio, em março de 2022.
Bormevet foi um dos presos na operação da PF, na quinta-feira (11). Ele foi segurança de Bolsonaro na campanha de 2018 e, mais tarde, passou a fazer parte do Centro de Inteligência Nacional (CIN), vinculado à Abin.
Em junho deste ano, a PF reiterou sua conclusão anterior sobre o episódio e informou que Adélio Bispo agiu sozinho em sua tentativa de assassinar Bolsonaro. O caso é considerado encerrado pela corporação.
O software FirstMile foi utilizado pela Abin entre 2019 e 2021, durante o governo Bolsonaro. Ele ficava “hospedado” em computadores da Diretoria de Operações de Inteligência.
O software foi produzido pela empresa Cognyte, de Israel, e adquirido pelo governo brasileiro ainda durante a gestão do ex-presidente Michel Temer (2016-2018), por R$ 5,7 milhões.
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