Como exemplos de mudanças “conservadoras” encampadas pelo centro político, Ciro cita desde a redemocratização, em 1985, ao impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, passando por marcos como o impedimento de Fernando Collor, em 1992, e o Plano Real, de 1994. “O centro não grita e nunca foi protagonista; nem é a sua vocação. Mas ajudou e ajudará sempre o Brasil a corrigir seus rumos”, diz Ciro Nogueira.
Ainda que associe mudanças sociais “radicais” aos setores progressistas do Congresso, o senador afirma que a direita “não possui o monopólio da razão”, criticando os “extremos que se julgam ungidos”.
Ciro Nogueira foi ministro-chefe da Casa Civil durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A pasta de Casa Civil é uma peça-chave da articulação política entre Executivo e Legislativo e a nomeação de Nogueira para o cargo, em agosto de 2021, representou uma inflexão no modo como Bolsonaro lidava com o Congresso.
Até então, o presidente mantinha uma relação frágil com deputados federais e senadores e, com efeito, não obtinha bons resultados em medidas políticas que dependiam de aval dos congressistas. A nomeação de Ciro Nogueira, egresso do “centrão”, representou o aumento da influência do grupo nas negociações com o Planalto.
“Não foi o centro que se aproximou de Jair Bolsonaro. Foi ele quem fez uma autocrítica em relação à antipolítica e entendeu a importância do diálogo com o Congresso”, diz o senador no artigo, traçando um paralelo com a mudança de postura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a eleição de 2002.
“Não foi o centro que se aproximou de Lula. Foi ele quem lançou a Carta ao Povo Brasileiro e exorcizou os radicalismos que professara”, afirmou o senador.
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