“Tchutchuca do PCC”
Durante o debate desta manhã, Marçal e Nunes discutiram rispidamente, logo no primeiro bloco, o que quase levou à interrupção do programa. A mediadora do debate, Amanda Klein, teve dificuldade para conter os ânimos.
Depois de chamar Nunes de “tchutchuca do PCC”, Marçal disse que o prefeito da capital paulista seria preso por supostos crimes.
“Você vai ser preso por roubar dinheiro de creche. Você usou sua esposa para receber dinheiro de creche. Usou sua esposa e sua filha. Eu vou te colocar na cadeia”, disse Marçal ao prefeito, em tom de ameaça.
“Nós vamos prender o Ricardo Nunes por uma denúncia de desvio de dinheiro de merenda. No último debate, o Boulos chamou ele de ladrão de creche. Não sou eu que estou te acusando disso, quem está acusando é a Polícia Federal”, prosseguiu o candidato, sem apresentar provas.
“Ele [Marçal] saiu da cadeia, mas a cadeia não saiu de dentro dele”, rebateu o prefeito de São Paulo.
“Queria pedir desculpas ao pessoal que está assistindo. Mas é muito difícil ver esse condenado atacando a gente”, explicou Nunes mais adiante, um pouco mais calmo.
Suspeitas sobre Nunes e Marçal
Em um relatório divulgado pela Polícia Federal (PF) sobre investigações de um suposto esquema de desvio de verbas de creches administradas por organizações sociais (OSs), em São Paulo, a corporação recomendou a continuidade das apurações sobre eventual participação de Nunes.
O documento apresenta suposta ligação entre o prefeito, que era vereador à época, e a Associação Amiga da Criança e do Adolescente (Acria), que hoje gerencia nove Centros de Educação Infantil (CEIs) na capital paulista. Não há nenhuma conclusão a respeito da suposta participação de Nunes. Mais de 100 pessoas foram indiciadas, mas não o prefeito.
Marçal, por sua vez, foi apontado, em 2010, como suposto participante de um grupo que teria desviado dinheiro de bancos em meados de 2005 – na época, ele tinha 18 anos.
O grupo criava sites falsos de instituições financeiras, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, e mandava e-mails acusando pessoas, falsamente, de inadimplência. Os criminosos roubavam dados e informações das vítimas e, ainda, “infectavam” computadores e dispositivos digitais com programas conhecidos como “cavalos de Troia”.
Marçal reconheceu que chegou a colaborar com o grupo, mas sempre garantiu não ter conhecimento de qualquer ilegalidade praticada. Ele foi condenado, chegou a ser preso, mas teve a pena extinta em 2018, por prescrição retroativa.
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