O governo brasileiro coordena a entrega de uma carta durante a 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP 30) em defesa do combate à pobreza, à fome e à ação climática. O documento, que já está praticamente pronto, será apresentado durante a cúpula de chefes de Estado, no próximo mês, em Belém.
A iniciativa foi feita no âmbito da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, também capitaneada pelo Brasil e lançada em novembro do ano passado, na cúpula do G20 — grupo das 19 maiores economias desenvolvidas e emergentes do planeta mais a União Europeia. A expectativa é que a primeira entrega de resultados ocorra no início do mês que vem, durante reunião em Doha, no Catar. O tema ganhará destaque durante as próximas agendas internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que embarcou para a Itália no fim de semana.
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O petista participa, amanhã, em Roma, da abertura do Fórum Internacional de Alimentação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e da segunda reunião presencial do Conselho de Campeões da Aliança Global. Há expectativa ainda que Lula se reúna com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e com outros chefes de Estado. Até agora, o único encontro confirmado é com o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu.
“Esperamos ter na COP30 a aprovação de uma declaração sobre combate à fome, à pobreza e a ação climática. Isso também foi uma decisão do conselho da Aliança, e uma indicação clara de todos os países de que a gente não pode fazer essa discussão de combate à fome e a pobreza sem fazer o vínculo com a crise climática”, disse a jornalistas o assessor da Secretaria-Geral para Temas de Segurança Alimentar e Nutricional do Itamaraty, ministro Saulo Arantes Ceolin.
“O texto dessa declaração, segundo ele, tem sido negociado também com os parceiros da aliança há alguns meses. O texto está finalizado praticamente, e a gente espera que essa seja sua versão final, e ele já foi submetido para todos os países do mundo”, acrescentou.
Primeiros resultados
A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza completa um ano de existência em breve, e anunciará seus primeiros resultados no próximo mês, às margens da Conferência Internacional sobre Desenvolvimento Social, realizada em 3 de novembro, no Catar. O encontro reunirá chefes de Estado dos principais parceiros da Aliança e deve contar com a presença do presidente Lula.
Até o momento, os trabalhos desse grupo estão sendo conduzidos apenas pelo governo brasileiro. Segundo Ceolin, dos 13 países em desenvolvimento que apresentaram projetos para o combate à fome e à pobreza, seis já possuem planos finalizados: Etiópia, Haiti, Quênia, Palestina, Ruanda e Zâmbia. Eles serão apresentados parcialmente durante o evento em Roma, mas entregues oficialmente no Catar.
O diplomata apontou o resultado como positivo, devido à dificuldade de avançar com os projetos sem o secretariado instalado. “Temos trabalhado realmente com uma certa dificuldade, com uma condição um pouco difícil”, afirmou. A expectativa do governo era chegar ao fim do primeiro ano com três ou quatro planos aprovados e indicações claras de apoio.
Para aderir à Aliança, os países têm de se comprometer a implementar ações efetivas de combate à pobreza em seus territórios. Membros mais desenvolvidos, por sua vez, contribuem com o intercâmbio de conhecimento, aportes de recursos e outras iniciativas para avançar com os projetos. Ao todo, são mais de 200 parceiros, sendo 103 países. O restante é formado por organizações, universidades, agências internacionais, e outros tipos de instituições.
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