O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, afirmou, nesta terça-feira (8/4), que respeita e apoia a decisão de Juscelino Filho de deixar o cargo de ministro das Comunicações. Por meio de nota, ele enalteceu o trabalho do correligionário à frente da pasta e disse que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) “não equivale à culpa”.
Juscelino Filho é suspeito de participar de um esquema de desvio de emendas parlamentares. O caso foi enviado ao ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deve abrir prazo para os advogados apresentarem as explicações. O ministro se demitiu do ministério nesta tarde para se dedicar integralmente à defesa.
“O União Brasil respeita o gesto do ministro Juscelino Filho, que deixa o comando do Ministério das Comunicações para dedicar-se integralmente à sua defesa no Supremo Tribunal Federal (STF). A iniciativa demonstra responsabilidade e compromisso com a transparência”, diz Antonio Rueda em comunicado à imprensa.
Segundo ele, o partido reconhece a gestão no ministério. “Juscelino foi essencial para importantes avanços na inclusão digital, destinando cerca de R$ 24 bilhões para universalizar a conectividade no Brasil”, aponta.
Rueda afirmou que “uma denúncia não equivale à culpa” e que acredita no encaminhamento legal do processo na Justiça. “O respeito à presunção de inocência e ao devido processo legal é inegociável em qualquer democracia”, completa.
Suspeita de desvio
Juscelino Filho foi indiciado no ano passado pela Polícia Federal por supostamente ter aceitado propina pelo desvio de emendas quando era deputado federal, antes de assumir a pasta das Comunicações. À época, ele acusou os investigadores de realizarem uma “ação política”.
A investigação envolve dinheiro enviado à cidade de Vitorino Freire, no Maranhão, onde a irmã dele, Luanna Rezende, também do União Brasil, era prefeita. Em carta aberta, o ministro diz que “teve o apoio incondicional do presidente Lula”, líder a quem admira profundamente e que sempre garantiu “liberdade e respaldo para trabalhar com autonomia e coragem”.
Ele diz que tomou a decisão “em respeito ao governo federal e ao povo brasileiro”.
“Hoje tomei uma das decisões mais difíceis da minha trajetória pública. Solicitei ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva meu desligamento do cargo de ministro das Comunicações. Não o fiz por falta de compromisso, muito pelo contrário. Saio por acreditar que, neste momento, o mais importante é proteger o projeto de país que ajudamos a construir e em que sigo acreditando”, afirma.
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