Às vésperas da eleição que vai definir seu futuro na política, o deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos) faz uma última rodada de eventos para consolidar o apoio de lideranças políticas à sua candidatura à Presidência da Câmara e ouvir das bancadas mais influentes as demandas dos estados. O pleito ocorrerá no próximo sábado (1º/2).
O amplo apoio dos partidos, que já tinha ficado evidente quando os únicos reais concorrentes deixaram a disputa, foi novamente evidenciado em um jantar em São Paulo na última segunda-feira.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Lá estiveram nomes de peso, como o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB); e ao menos oito presidentes de legendas do centrão e de direita. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Jair Bolsonaro (PL), também participou.
Mas houve, também, representantes do governo, como o ministro Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, que é correligionário de Hugo Motta, e deputados do PT. A equipe do candidato publicou fotos do evento em que ele posa com parlamentares de diversos espectros ideológicos.
A capacidade de obter convergência foi elogiada pelos caciques que estiveram presentes ao encontro. “Você vai ser o mais jovem presidente da Câmara da nossa história. Mas com muita sabedoria, com muita vontade, saber ouvir, saber conversar, e eu tenho certeza de que você será um grande presidente, meu irmão”, disse Ciro Nogueira, presidente do PP.
“A gente tem certeza absoluta de que você vai conduzir (a Câmara) muito bem, com todo esse apoio e com a sua capacidade de unir e de agregar vários partidos com várias ideologias”, ressaltou Nunes.
Nesta terça-feira, foi a vez do Rio de Janeiro. Durante o dia, Motta encontrou políticos locais e, à noite, em uma churrascaria, ouviu as demandas da bancada do estado. Assim como em São Paulo, o clima foi de tranquilidade quanto à vitória no sábado.
- Partido Novo lança candidatura de Marcel Van Hattem à presidência da Câmara
- Ministros vão se licenciar para votar nas eleições da Câmara e do Senado
- Planalto aposta em novos tempos com o Congresso
Cargos
Alguns detalhes importantes, no entanto, seguem sendo costurados nos bastidores. Será importante para os partidos que apoiam Motta conseguir representantes em cargos de destaque tanto em comissões quanto nos postos-chave da Mesa Diretora da Casa.
Na gestão de Lira, os outros dois cargos mais importantes da Mesa (1ª e 2ª Vice-Presidências) eram ocupados por deputados do Republicanos (partido de Motta) e pelo PL, sigla que tem a maior bancada, com mais de 90 congressistas.
Na Câmara, há 23 partidos. Poucos evitaram se aproximar do candidato visando s algum favor ou a futuro acordo para aumentar a influência na Casa. É o caso das legendas dos dois únicos adversários de Hugo Motta: o Novo, do deputado Marcel van Hattem (RS), e o PSol, do deputado Pastor Henrique Vieira (RJ).
No caso do Novo, a legenda, que conta com apenas quatro deputados, não tem o costume de ser pragmático nas relações no Congresso. Sem chance alguma de vencer a eleição, Van Hattem, que é alinhado ao bolsonarismo, mira a disputa ao Senado por seu estado em 2026, como ele mesmo já disse em suas redes sociais.
Já o PSol, que tem três vezes mais deputados do que o Novo, consolidou-se como uma linha de frente da esquerda menos pragmática no Congresso e tem histórico de lançar candidatos na disputa à Presidência da Câmara. Em 2023, foi Chico Alencar (RJ); em 2021, foi Luiza Erundina (SP); e em 2019, Marcelo Freixo (RJ).
Saiba Mais
-
Política Itamaraty convoca encarregado de negócios dos EUA para discutir deportados
-
Política Partido Novo lança candidatura de Marcel Van Hattem à presidência da Câmara
-
Política PF enviará ao Supremo novo relatório contra militares
-
Política Mendonça diz que governo cumpriu apenas parte do plano contra desmatamento da Amazônia
-
Política PF apreende arma de Daniel Silveira após ordem de Moraes