Dois meses depois de ter se envolvido em uma confusão nos corredores da Câmara dos Deputados, após o arquivamento de um processo no Conselho de Ética que poderia levar à cassação de seu mandato, o deputado federal André Janones (Avante-MG) protagonizou um novo bate-boca, desta vez em um shopping em Brasília (DF), na terça-feira (6).
O parlamentar discutiu rispidamente com dois homens que, segundo Janones, seriam apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o deputado trocando ofensas com os homens.
Em uma das gravações, feita pelo site Poder360, Janones aparece cuspindo em um dos homens. O parlamentar teve de ser escoltado por seguranças, que o conduziram para fora do local.
Durante o bate-boca, Janones diz a um dos homens com quem discutia que “gado não fala”. O deputado do Avante foi chamado de “safado” e “ladrão”, em uma cena filmada por várias pessoas que passavam pelo local.
Apoiador de Bolsonaro, o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos-SP) compartilhou o vídeo nas redes sociais. “Não é a primeira vez que o deputado André Janones, salvo no caso de rachadinha por Boulos, arruma confusão com alguém que pensa diferente dele”, escreveu Abduch em sua conta no X.
Também por meio do X, o próprio Janones abordou o episódio. “Acabei de sair no pau com dois bolsonaristas. Eu estava jantando, tentaram me intimidar, vieram filmando e com discurso fascista. Coloquei os dois vagabundos para correr. Pensaram que eu ia baixar a cabeça horrorizado e sair calado: quebraram a cara”, escreveu o deputado.
Relembre o tumulto na Câmara
Há exatos 2 meses, no início de junho, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu, por 12 votos a 5, arquivar uma representação contra Janones, que integra a base aliada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em sessão marcada por tumulto, confusão e bate-boca entre parlamentares governistas e da oposição, a maioria do colegiado aprovou o parecer apresentado pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que pedia o arquivamento.
A ação contra Janones foi aberta a partir de uma representação do Partido Liberal (PL), que acusou o parlamentar de ter recebido parte dos salários de funcionários lotados em seu gabinete para ajudar a cobrir gastos de campanhas eleitorais. Um inquérito sobre a denúncia tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em seu parecer sobre o caso, Boulos pediu o arquivamento do processo no Conselho de Ética da Câmara, sob o argumento de que a suposta “rachadinha” teria ocorrido em 2019, antes do atual mandato de Janones. Boulos mencionou a jurisprudência adotada pelo colegiado em casos anteriores.
Pouco depois do encerramento da sessão, deputados oposicionistas cercaram Janones e começaram a ofender o deputado, o chamando de “bandido” e “rachador”. Janones retrucou as ofensas e, dirigindo-se diretamente ao deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), disse que estaria disposto a acertar as contas “do lado de fora da Câmara”.
Nesse momento, Janones partiu para cima de Nikolas, que revidou e ameaçou o deputado de Minas. Ambos foram tiveram de ser contidos por aliados.
Na saída do plenário em que se realizou a sessão do Conselho de Ética, o deputado federal Zé Trovão (PL-SC) ofendeu Janones, dizendo que o parlamentar era “bandido”, “ladrão” e “vagabundo”.
Mesmo contido por outros deputados e seguranças da própria Câmara, Zé Trovão conseguiu se desvencilhar dos colegas e partiu para cima de Janones, que havia deixado a sala e já caminhava pelos corredores. O parlamentar foi, mais uma vez, contido.
André Janones é deputado de segundo mandato, eleito em 2018 e reeleito em 2022. Ele apoiou Lula nas eleições presidenciais de 2022 e teve papel central nas ações da campanha petista nas redes sociais.
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