Quem mexe com a Venezuela se dá mal“, marcando o ministro do Interior do país, Diosdado Cabello.
A mensagem ocorre em meio à escalada das tensões diplomáticas entre o petista e o país vizinho após o veto brasileiro à entrada de Caracas no Brics. A relação entre Lula e Maduro está abalada desde as eleições na Venezuela, em julho, permeada por denúncias de fraude. O governo brasileiro ainda não reconheceu a vitória do presidente venezuelano.
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“A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo”, complementa a nota.
O Itamaraty também disse que o Brasil “sempre teve muito apreço ao princípio da não-intervenção e respeita plenamente a soberania de cada país e em especial a de seus vizinhos”.
Sobre as eleições venezuelanas, o Itamaraty disse que o interesse do governo brasileiro se justifica pela “condição de testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, assim como para o acompanhamento do pleito de 28 de julho”.
“O governo brasileiro segue convicto de que parcerias devem ser baseadas no diálogo franco, no respeito às diferenças e no entendimento mútuo”, conclui o Itamaraty na nota.
‘Persona non grata’
Na terça-feira, depois que o assessor especial da Presidência do Brasil, Celso Amorim, confirmou que o veto foi uma decisão de governo, a Venezuela aumentou o tom mais uma vez.
O presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, propôs que fosse aprovada uma moção declarando Amorim persona non grata no país, enquanto a chancelaria venezuelana chamou o embaixador no Brasil, Manuel Vadell, de volta a Caracas para consultas, e convocou o encarregado de negócios do Brasil na embaixada, Breno Herman, para conversas.
Na linguagem diplomática, o movimento é uma demonstração forte de desagrado em relação a atuação de outro país.
O Brasil, no entanto, até aqui havia optado pelo silêncio. A mudança de decisão veio com da postagem em tom de ameaça feita pela Polícia Nacional da Venezuela em suas redes sociais, segundo uma fonte diplomática.
A decisão de responder foi tomada nesta sexta-feira, em uma reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o presidente Lula, quando se avaliou que limites foram cruzados, contou a fonte diplomática brasileira.
A relação entre Brasil e Venezuela vem se deteriorando desde as polêmicas eleições no país vizinho, quando o governo brasileiro passou a cobrar a divulgação das atas do pleito, o que não aconteceu até hoje. Lula, então, decidiu não reconhecer o resultado das eleições, nas quais Maduro foi declarado reeleito.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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