acusações de assédio sexual que pairam sobre Almeida. As informações são da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
Na quinta-feira (5), o escândalo caiu como uma bomba na Esplanada dos Ministérios. A ONG Me Too Brasil confirmou que recebeu denúncias de que Almeida teria assediado mulheres, que se mantiveram sob anonimato.
Segundo o Metrópoles, que noticiou inicialmente as denúncias, os casos teriam ocorrido no ano passado e uma das vítimas seria justamente a ministra Anielle Franco.
Silvio Almeida, por meio de uma nota oficial e de um vídeo publicado nas redes sociais, negou, peremptoriamente, as acusações e prometeu colaborar com as investigações.
De acordo com as informações da Folha, o governo considera “insustentável” a permanência de Silvio Almeida no cargo, diante da gravidade das acusações. O entendimento no Planalto é que o ministro deve se afastar para se defender e tentar provar inocência.
A primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, também estaria acompanhando o caso com muita atenção. Na quinta-feira, a esposa de Lula publicou uma foto, em seu perfil no Instagram, em que aparece dando um beijo em Anielle – o que foi interpretado como uma clara manifestação de apoio e solidariedade à ministra.
A maior dúvida, neste momento, é como se daria a saída de Silvio Almeida do governo, se por um pedido de demissão ou uma decisão pessoal de Lula. Nesta sexta, a ideia do presidente é ouvir Almeida e Anielle, em reuniões separadas, e depois decidir o que fazer.
O presidente da República ainda pode esperar a conclusão das investigações lideradas pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Advocacia-Geral da União (AGU) sobre o caso e, só depois, bater o martelo. O problema, segundo aliados, é que, nesse caso, o governo ficaria “sangrando” em praça pública.
De acordo com a agenda oficial de Lula, nesta sexta-feira, o presidente estará em Goiânia (GO) pela manhã, onde participará da inauguração do 1° trecho do BRT Norte-Sul e fará anúncios de investimentos nos institutos federais de Goiás. À tarde, Lula retorna a Brasília (DF), com previsão de chegada às 14h20.
O que diz Silvio Almeida
Em nota, o ministro dos Direitos Humanos rechaça as acusações e alega inocência no caso.
“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país”, afirma Silvio Almeida.
Segundo o ministro, “toda e qualquer denúncia deve ter materialidade”. “Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”, diz.
O ministro afirma ainda que “há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam”.
“Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas”, afirma Almeida.
“Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso.”
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