A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou nesta segunda-feira (13/10) a importância do “balanço ético global” como um dos pilares da presidência brasileira da conferência. A afirmação foi feita durante os relatos dos Círculos de Liderança da Pré-COP — a reunião ministerial preparatória para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).
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“Senhoras e senhoras, balanço global é acima de tudo um convite à esperança. Ele nos lembra que a ação climática só será eficaz se também for ético. E não haverá liderança global sem liderança oral. Que a COP30 possa se constituir como grande mutirão da implementação dos acordos até aqui alcançados” disse a ministra durante seu discurso.
Em sua fala, Marina ressaltou que o novo ciclo de mobilização da COP30 busca colocar “os povos no centro dos debates”, reconhecendo que o enfrentamento da crise climática exige não apenas transformações econômicas, mas também uma profunda mudança de valores e mentalidades. “É uma grande satisfação poder dirigir essa plenária para tratar dessa abertura que traz o ciclo dos povos para o centro dos debates”, afirmou.
A ministra também explicou que o Balanço Ético Global foi concebido sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do secretário-geral da ONU, António Guterres, com um secretariado compartilhado entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o Ministério das Relações Exteriores e a Secretaria-Geral da Presidência da República.
Inspirado no Balanço Global do Acordo de Paris, o novo instrumento tem o objetivo de incluir dimensões culturais, raciais, intergeracionais e territoriais nas discussões climáticas. “O Balanço Ético Global nasceu da convicção de que a ética não pode ser vista como um recurso retórico do debate climático. A ética é, sobretudo, um de seus principais fundamentos. A ética é o que dá sentido à ação. É o que nos lembra que enfrentar a emergência climática é também enfrentar uma crise moral e civilizatória”, declarou.