O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, foi intimado pela Polícia Federal a prestar depoimento sobre a investigação do suposto esquema de espionagem ilegal dentro do órgão — conhecido como “Abin paralela”. A oitiva deve ocorrer na próxima semana, na sede da corporação, em Brasília.
O objetivo da PF é descobrir se houve, por parte da gestão, obstrução das apurações sobre o uso do equipamento público durante o governo de Jair Bolsonaro para monitorar jornalistas, autoridades e adversários políticos. Os investigadores também buscam descobrir se o diretor-geral autorizou ou teve conhecimento de espionagem contra autoridades paraguaias, relacionada às negociações da usina de Itaipu.
A apuração aponta que a Abin paralela era usada em favor do ex-presidente e de seus familiares, na busca por situações que desabonassem críticos ao governo e para criar informações falsas com o objetivo de atacar personalidades que pudessem prejudicar eventual reeleição do ex-chefe do Palácio do Planalto. À época, o órgão era comandado pelo atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
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Luiz Fernando Corrêa foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em maio de 2023, para o comando da Abin. Ele é delegado aposentado e foi diretor-geral da PF entre 2007 e 2011. Também já ocupou o cargo de secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça no período de 2003 a 2007.
Procurada, a Abin afirmou que o diretor-geral está à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos, seja no âmbito administrativo, seja no civil ou criminal, sobre os fatos relatados na imprensa e que remetem a decisões tomadas na gestão anterior da agência.
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