O PSol acionou Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta sexta-feira (18/1), após o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, dizer que Pomerode, no Vale do Itajaí, conhecida como a cidade mais alemã do Brasil, se destaca “pela cor da pele das pessoas”. O partido afirma que o político “inferiorizou” a população que não tem a mesma cor de pele.
“Como se tais pessoas, com suas particularidades étnico-raciais, não destacassem o Estado em termos de ‘beleza turística'”, diz a peça apresentada pelo PSol. A sigla também pede que a Procuradoria ofereça denúncia contra o governador de Santa Catarina.
“O governador Jorginho Mello destacou a cor de pele das pessoas do município de Pomerode, justamente estabelecendo a raça branca enquanto padrão normativo e universal, inclusive de beleza, inferiorizando os demais grupos raciais que enfrentam processos históricos de exclusão”, completa o PSol.
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O partido indica que, caso a PGR entenda que houve crime por parte do governador, o processo deve ser remetido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Por esses motivos, a conduta do governador Jorginho Mello deve ser analisada pela Procuradoria-Geral da República e, caso se entenda pela procedência da tese de que o governador cometeu crime de racismo, seja enviada a competente denúncia ao Superior Tribunal de Justiça”, diz a peça.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pomerode tem 80,38% da população branca. A declaração de Jorginho Mello foi feita na quarta-feira (15/1) durante abertura da 40ª festa Pomerana. O áudio da entrevista foi divulgado na página oficial do governo do estado.
O assunto gerou polêmica nas redes sociais. O vereador Leonel Camasão disse que se trata de uma fala racista e afirmou que também vai acionar a PGR. Jorginho Mello alegou que o conteúdo da entrevista foi distorcido e que a acusação de racismo não se aplica a ele.
“É lamentável a tentativa de um vereador do PSol de distorcer o conteúdo de uma entrevista que concedi na abertura da Festa Pomerana, em Pomerode. Tomarei todas as medidas judiciais cabíveis. Racismo é crime, e essa acusação não se aplica a mim. Até o próprio vereador sabe disso”, escreveu o governador via redes sociais.