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“A solução fácil é trocar o ministro. A solução difícil é compreender que o ministro fez o correto e, como ministro, teve que aceitar a decisão do governo de acabar com o teto de gastos e dar aumento real do salário mínimo, só que tudo isso gera um impacto total nas contas públicas e aí o Brasil está pagando o preço”, avalia Maia.
Segundo o ex-deputado, a agenda econômica defendida pelo ministro da Fazenda enfrenta forte resistência do próprio PT, partido de Haddad e Lula.
“Boa parte do PT acredita que a expansão de gasto público não necessariamente pode ser um problema. Eles acreditam que, através do Estado, você transforma a vida das pessoas, enquanto os liberais acreditam que, quanto menos custo, mais há orçamento livre para que as pessoas tomem suas decisões. É um debate ideológico, eu respeito. Agora, o que eu estou dizendo é que a situação do Brasil de hoje é diferente. O espaço para a política de aumento de carga tributária não existe”, afirma.
Para Maia, “Haddad foi aquele que conseguiu minimamente construir um caminho para se gerar a possibilidade de uma solução”. “Agora, o Congresso e a sociedade não querem um aumento de carga tributária. A saída dele do governo seria muito pior, uma tragédia. Eu acho que o Haddad consegue ter uma relação de confiança com os atores econômicos, com as empresas, a indústria”, opina.
“Neste momento, essas políticas que aumentam despesa estão gerando mais problemas que soluções. O governo vai ter coragem de mudar isso ou vai dizer que a ampliação do gasto público é a solução para a economia brasileira?”, indaga o ex-presidente da Câmara.
“Há uma decisão política do governo (fim do teto de gastos, volta dos mínimos constitucionais de saúde e educação e aumento real do salário mínimo) que vai impactar em R$ 600 bilhões as despesas públicas em quatro anos e a capacidade do governo de tentar com o Congresso fechar essa conta pelo lado da receita está ficando cada vez mais claro que é praticamente impossível”, avalia.
“O setor privado está vendo que, do jeito que está, não apenas essa MP que compensava a desoneração, mas outras medidas terão que aparecer para o governo poder cumprir a sua meta de déficit primário zero ou próximo a zero. O que se projeta para 2025 e 2026 é uma situação mais difícil que a de hoje, apesar de os dados da economia estarem positivos.”
Articulação política
Na entrevista, o ex-presidente da Câmara foi questionado se Lula comete um erro ao insistir na manutenção do ministro Alexandre Padilha (PT-SP) à frente da Secretaria de Relações Institucionais.
“O problema do governo na articulação não é esse. O problema é que os ministérios relevantes do ponto de vista político estão todos na mão do PT. O Palácio é todo do PT. O PT tem 68 de 513 deputados. Então, se você tirar o Padilha e colocar qualquer outro do PT, você vai ter os mesmos problemas”, diz.
“A decisão do presidente na formação do seu governo não converge com o que veio das urnas no Parlamento. É um direito dele, mas isso, claro, gera um enfraquecimento do governo no Parlamento, um menor comprometimento dos partidos que não estão no núcleo do poder. O problema está na decisão do presidente de formar um governo no qual o PT tem participação além do seu espaço no Congresso.”
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