O ex-presidente Michel Temer (MDB), disse nesta terça-feira (18), acreditar que o Brasil tem uma “visão centralizadora do poder”, o que classificou ser “fruto da formação desde o Brasil Colônia”.
“Aqui no Brasil temos uma visão centralizadora do poder. Não só temos uma visão centralizadora, como, na verdade, a ordem jurídica nacional acaba dando relevância extraordinária para a União, muitas vezes em detrimento dos estados e, particularmente, em detrimento dos municípios […] Isso é fruto da formação desde o Brasil Colônia”, disse Temer em palestra no Encontro Mato-grossense de Municípios.
Fazendo um breve resumo sobre a história política do país, Temer declarou que essa “mentalidade centralizadora”, acaba por ser, inclusive, “autoritária” por diversas vezes.
“A cultura política nacional, não digo apenas da classe política, a própria cultura, por vezes, ela permeia a classe da imprensa, admitindo, às vezes, esses gestos autoritários no país que nós vivemos, ao longo desse breve histórico que acabei de fazer e isto é incompatível com a chamada democracia, estabelecida pela Constituição de 1988”, continuou.
Ele argumenta que o presidente da República deve ser uma “autoridade secundária”.
“Eu fui presidente da República, mas eu era autoridade secundária, e como autoridade secundária, devendo prestar obediência à vontade primária e onde é que está a vontade primeira? E aqui vai uma pregação democrática. Está no texto constitucional”, afirmou.
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